Monday, July 11, 2011

"Eu tive a felicidade de Sofrer"

"Eu tive a felicidade de Sofrer"

A essência do Sucesso.

Uma pessoa de sucesso é a pessoa que viveu bem,
Riu com freqüência e muito amou!
Uma pessoa que ganhou o sorriso e respeito das crianças,
Que deixou o mundo melhor do que o encontrou,
Que nunca deixou de apreciar e zelar pela beleza da terra,
Aquele que nunca falhou em procurar o melho nos outros,
E que sempre procurou dar o melhor de si”

De: Author Desconhecido.

Namaste, bhagban binaha!
K cha halkhabar?

Malai namro dhanyabad!
Timi Lai?

Namro dhanyabad!

Respondendo algumas perguntas hoje!

A minha saída do Brasil foi muito dolorida, confesso-lhes que consigo voltar no dia 14 de Outubro de 1988 de uma manhã um pouco fria e humificada pelas passageiras chuvas! Eu consigo me lembrar com imensa clareza de tudo daquela manhã, me lembro de estar totalmente calado dentro do carro a caminho do aeroporto, me lembro do Tio Jonas com um olhar triste porém como sempre forte e contando suas piadas que são sempre muito engraçadas.

Lembro-me de tentar ficar a distância da minha querida Mãe onde a mesma estava acompanhada das minhas irmãs que a consolava; Eu meu irmão, meu padrasto e meu Tio Jonas ficamos em uma cafeteria tomando café e eu ali ouvia tudo muito quieto e calado. Tentava não fraquejar mantendo uma postura forte, mas todos podiam ver e notar que aquele jovem rapaz não era o costumeiro Edson brincalhão que todos conheciam.

Onde estávamos nessa cafeteria eu via tudo que se passava ao meu redor, era como se em um filme onde sua audição era como se fosse bloqueada e os sons ecoavam, a garganta seca e o coração muito apertado com imenso nó na garganta! Eu tentava não olhar nos olhos da minha mãe e ela fazia exatamente a mesma coisa a distancia; Não sei o que falava com minhas irmãs que à abraçava. Conseguia notar que ela havia chorado muito na noite anterior pois o seu semblante mostrava isso, ela que sempre alegre e muito falante era, ali nada falava.

As pessoas vinham começavam a falar comigo e saiam quando o ponto da conversa se tornava emocionada. Lembro-me que quanto acordei deste sonho acordado que estava tendo, eu já estava sendo chamado pela segunda vez em nota pública via alto-falantes, uma vez que a primeira vez eu ignorei falando que queria ficar ali mais um pouquinho com todos, as desculpas eram também que o amigo Chaguinha muito querido estava a caminho. Chegou então o momento onde não mais podia adiar dar aqueles primeiros passos em direção aos portões de embarque que acontecia a exatamente 11:45 horas

daquela manhã, e me levantando do banco de balcão peguei a pesada mochila, coloquei-a nas costas e de cabeça baixa ali mesmo já fui me despedindo do amado Tio Jonas que falou comigo na quele momento que não me preocupasse pois tudo ficaria bem algo que foi falado também pelo meu padrasto logo depois.

Acho que para vocês que estejam acompanhando a trajetória deste projeto até este presente, já pode notar o quanto eu tenho amor e consideração por este meu Tio, acho que isso é muito claro! O Tio Jonas é um pai para mim, um mentor que muito me ensinou onde até hoje eu me lembro de muitas de nossas conversas que mesmo após tantos anos eu até hoje uso e reflito nas mesmas.

Eu sempre muito apegado no Tio Jonas onde na adolescente foi quando eu realmente colei com ele, ele sempre foi um herói pra mim. Eu sempre falei que ele foi uma das grandes razões da qual eu estou no exterior até hoje e confesso-lhes que muitos foram os momentos de tentações onde sofrendo queria voltar, mas existia aquela voz dele na minha memória me falando:


  • Axin você tem que ser forte cara e você tem que ter coragem e nunca desistir porque tudo vai dar certo!
    Tio Jonas foi o camarada que me ensinou tudo que um filho aprende com um pai e ele é uma pessoa que eu tenho eternamente dentro do meu coração; Ele em companhia de a minha amada e linda Tia Zeni fazem um par mais que perfeito pois Tia Zeni é muito na dela e tão sacana quanto o Tio Jonas, só que bem comportadamente; Nossa, como eu sinto saudades dos fins de semana onde Tio Jonas, Paulinho e eu já começávamos nossas manhãs nos organizando e saindo para comprar tudo que iriamos beber e comer naquele dia! Eu sempre amei a casa destes meus Tios e confesso-lhes que ficava sempre ansioso para que o final de semana chegasse logo para ir ficar com eles onde normalmente chegava as vezes na Sexta-Feira voltando pra casa somente na segunda-feira.
    Os dois são muito queridos e eu tenho os dois no meu maior respeito, admiração e conceito; Gente, minha Tia é uma santa porque aguentar o trio parada dura um dia somente já é um castigo, a minha Tia nos aguentou todos os fins de semana durante anos fazendo bagunça na casa dela onde os três juntos pareciam três moleques! Era pancadaria, sacanagens e muitas gargalhadas regada de naturalmente muitas bebidas, nós passávamos por fazes onde em um tomávamos durante um tempo conhaque, depois enjoávamos ai mudávamos e começávamos beber vodka, e assim o trio parada dura passava seus fins de semana! Era tanta bebida que surpreendi um médico onde ele tirando sangue de mim achou sangue no álcool, isso com exagero, sem, a gente detonava de tudo! Naturalmente levamos muitas broncas da Tia Zeni, mas uma vez que começássemos a bajular ela, ela ficava de boa com agente novamente.
    Uma das comuns broncas da tia era quando ela entrava no banheiro e gritava: Se eu pegar este porco imundo do pinto torno que fez essa bagunça neste banheiro eu vou matar! A resposta que eu e o Tio Jonas sempre dávamos era: tá vendo Paulinho, tá vendo! Naturalmente o Trio ternura já estava também muito trebado para levar ela a sério. Tia Zeni eu te amo muito, e amo com muitas saudades!

Eu aprendi muito com o Tio Jonas, como já havia falado antes, ele e um grande amigo decidiram sair com mochilas nas costas e viajar livres, sem compromisso e sem destino algo que dois fizeram como mochileiros por toda a América do Sul onde levaram em sua totalidade mais de 2 anos ate retornarem ao Brasil. Ele quando retornou para o Brasil chocou sua mãe que ao abrir a porta desmaiou vendo a sua condição física que era muito precária; O mesmo não podia se alimentar direito por algum tempo devido naturalmente a fome que passou nesta aventura, então seus alimentos não podiam ser sólidos. Tio Jonas me contava muitas histórias das quais eu sempre tive grande fascínio em ouvi-las! Eu hoje também falo espanhol porque foi através dele que eu ia pegando uma palavra aqui e ali pois ele gostava muito de falar o espanhol uma língua que aprendi a amar por causa do Tio Jonas.

Eu hoje nas aulas de expressões artísticas em uma das ongs que trabalho faço muitos artesanatos que aprendi com ele e pacientes e outros funcionários, todos usam pulseiras que eu aprendi a fazer com o Tio Jonas; Uma coisa também que muito me tocou foi ele me mostrar os pedaços de uma pulseira que fiz para ele há mais de 25 anos, em uma de nossas conversas em uma das minhas visitas ao Brasil ele tirou os pedaços desta mesma pulseira e mostrou pra mim! Quando vi tal pulseira em pedaços, senti um imenso aperto no coração e meus olhos se enxeram de lágrimas pois fiquei muito emocionado em saber que ele sempre carregou tal pulseira com ele! Ele mesmo falou que a mesma jamais saiu de perto dele e que a pulseira era algo que fazia ele se lembrar de mim; Isso pra mim é uma grande prova de amor e eu sou imensamente privilegiado por ter este amor.

Obrigado por tudo e pela sua constante presença em minha vida Tio Jonas e Tia Zeni, eu como falei, os amo demasiadamente.
As palavras que o Tio Jonas falou pra mim ali no aeroporto foram sempre incrivelmente valiosas para o meu sucesso pois eu sempre lembrei da mesma frase quando estava sofrendo muito e com imensa vontade de chutar o pau da barraca, mas eu me lembrava do: Axin você tem que ser forte cara e você tem que ter coragem e nunca desistir porque tudo vai dar certo!

Confesso-lhes que lembrando disso agora sinto muita pena daquele pobre jovem rapaz pois o mesmo se encontrava em pedaços. Ao mesmo é impossível não me emocionar também falando disso e lembrando daqueles momentos.

No meio do caminho até os portões todos estavam a minha espera, muitos já não aguentando choravam, e eu ainda assim tentava calado me controlar; As pessoas iam me parando no caminho, me abraçando e falando palavras que vinham me confortar da aparente dor no intuito de me dar forças! Quando cheguei ate minha Mãe já chorava convulsivamente, porém calado, eu na realidade não consegui dar um adeus a ninguém porque não conseguia fazê-lo; Minha Mãe em companhia de minhas irmãs mas o meu irmão nos abraçamos todos juntos e ali ficamos naquele delicioso apertado abraço onde eu queria que o mundo parasse e aquele mesmo carinhoso e terno abraço jamais viesse a acabar! Minha Mãe me pediu diversas vezes para tomar cuidado e não me esquecer de ligar para ela de São Paulo antes de sair o País, uma promessa que fiz e cumpri.

Minha Mãe também me falou algo muito interessante do qual eu jamais esqueci, ela ali naquele momento me contou algo que também me deu muita força; Ela me falou que quando eu era criança que ela me colocava do lado dela enquanto passava as roupas, então ela falou que amarrava uma fraca linha de costura na minha perinha e falava que se eu quebrasse tal linha que eu apanharia, então eu ali ficava brincando com meus carrinhos. Minha Mãe falou que eu virei para ela e com uma expressão diferente falei: Mãe, um dia quando eu for gente grande eu vou morar longe da gente e vou falar diferente! E voltei a brincar onde ela perguntando o que eu havia dito, somente olhei pra ela como se nada tivesse falado e continuei brincando.

Se minha Mãe falou aquilo naquele momento para me fortalecer ela então falou a coisa certa, porque ao longo de todos estes anos nunca esqueci dela me falando que sabia que tudo ia dar certo e que eu acreditasse e que não precisasse ter medo, então eu sempre tive algo dentro de mim que me dava uma força muito extrema e isso porque eu acreditei nisso que ela me falou que à disse quando era criança.

Minha história é cercada de coisas místicas, essa é somente uma delas.

Após me despedir da minha Mãe e dos meus irmãos eu fui apressadamente cruzando os portões de embarque onde uma bela senhorita me esperava para me guiar até a aeronave que somente me esperava patio; Essa trajetória toda fiz chorando calado como uma criança turrona que necessitava de colo, doía muito o que eu sentia naquele momento, não conseguia levantar a cabeça então chorava calado andando apressadamente.

Naquela época o aeroporto internacional de Brasília não tinha o tal sanfonão que temos hoje então eu andei na pista e subindo as escadas não quis olhar pra trás onde todos já estavam esperando na plataforma do aeroporto, mas não tive sucesso em me negar fazer isso porque parei na porta da aeronave e antes de entrar olhei pra trás onde vi todos a distancia.

Entrei na aeronave e fui conduzido ao meu assento que era na janela do lado esquerdo da mesma aeronave, dali pude ver todos ainda na plataforma onde vi também uma das imagens que para mim foi muito traumatizante porque eu via minhas duas irmãs abraçando a minha Mãe e ela no que parecia uma atitude desesperada agarrava sua própria cabeça com as duas mãos.

O companheiro do lado também mostrava olhos inchados e também muito emocionado, ele me dava apoio e conforto e eu tentei fazer o mesmo, e uma vez que não estávamos conseguindo fazer isso, começamos a beber para relaxar e durante o voo para São Paulo conversamos bastante e tomamos uma boa quantidade de cervejas; Nunca me esqueci desta pessoa, ele estava indo morar em São Paulo devido uma promoção que havia recebido em seu emprego deixando também em Brasília toda a sua família.

Eu sempre digo as pessoas que a pessoa mais importante na sua vida é aquela que está ao seu lado em um momento de necessidade pois este é aquele ser que pode vir a te salvar, e o amigo foi um destes em um destes momentos de extrema necessidade.

Eu cheguei em São Paulo pouco tempo depois que havíamos deixado Brasília e me despedindo do novo amigo nos abraçamos desejando boa sorte, felicidades e sucesso um ao outro tomando nossos diferentes caminhos,

Eu logo procurei me familiarizar com o aeroporto de São Paulo que na época já era muito grande, hoje ainda maior é! Fui no balcão da Aerolineas Argentinas e conversei com a linda senhorita que ali estava, a mesma me falou que ainda demoraria muito para que eu viesse a pegar o meu voo que então procurasse ficar à vontade.

Me sentei perto do tal balcão onde pegando minha agenda comecei a escrever muitas das coisas que haviam me acontecido naquelas últimas horas, me sentia também bem melhor naquele momento; Talvez porque me encontrava ainda sobre a influência do álcool que havia consumido durante o voo.

Fiquei ali durante um bom tempo onde escrevi até um ponto onde fiquei enjoado, então decidi procurar um armário de bagagens onde deixando minhas pesadas bagagens saí e fui dar uma volta e conhecer melhor o aeroporto, que confesso-lhes amei! O aeroporto de São Paulo simplesmente já naquela época fazia o aeroporto de Brasília ser minúsculo, então explorar tal colossal aeroporto foi um grande prazer.

Muitas horas se passaram e eu já totalmente enjoado do chá de cadeira fui chamado pela senhorita que me advertiu que logo o check in estaria aberto e que se eu quisesse que eu já poderia buscar minhas bagagens e fazer o check in! Busquei minhas bagagens e fiz como fui ofertado e depois me despedindo fui para a área de embarque internacional. Havia comprado fichas telefônicas para ligar para Brasília e me despedir uma vez mais de todos e quando foi o momento de embarcar fui ao telefone e fiz a ligação. Acho que minha Mãe atendeu e conversamos alguns minutos onde ela novamente me fazia prometer que iria me cuidar e que ligaria para ela assim que chegasse na Austrália.

Nossa conversa não foi muito longa e na hora de nos despedirmos eu falei pra ela não desligar e deixar a linha ser cortada e ficamos falando um para o outro que nos amávamos, onde eu falava te Amo Mãe e ela respondia, Te Amo Filho! Ela falava isso chorando de um lado e eu falava o mesmo chorando deste lado ate a ligação ser cortada; Enxugando as lágrimas respirei fundo, levantei a cabeça e me recompondo fui passar pela alfândega e logo depois já estava pegando o voo.

Saí de São Paulo por volta das 23:20 horas, e a medida que a aeronave ia pegando altitude eu ficava olhando para fora da janela vendo uma linda iluminada São Paulo ficando mais e mais distante a cada minuto e assim eu logo não mais via essa bela cidade! Lembro-me de pensar ali naquele momento enquanto contemplava a vista de fora da janela que eu agora realmente deixava o meu País, o meu País que tanto amo.

Eu tive uma grande sorte porque o meu companheiro de cadeira era um padre, ele um padre da Nova Zelândia voltava para seu País após anos vivendo no Brasil; O tal padre foi uma maravilhosa companhia onde me explicou muitas coisas a respeito deste belo continente que é a Australasia, isso me ajudo tremendamente porque me senti muito eufórico mudando o que era antes uma imensa dor por uma grande curiosidade e ansiedade de logo chegar aqui na Austrália. O outro lado bom de voar ao lado de um padre é que se algo de errado acontecer você já pede logo perdão por todas os seus pecados, isso somente já é muito bom!

Quando cheguei à Austrália fiquei fascinado com o que vi porque a Austrália é sim um País muito belo com uma bela infraestrutura onde tudo é muito limpo e bem organizado; Notei também como era tudo tão verde onde você olhando de cima pode notar que todas as áreas residenciais são bem arborizadas e depois quando em terra vim a perceber que o Australiano é um povo muito dedicado aos seus jardins pois cada um era mais belo que o outro.

Quando cheguei em Melbourne não tive nenhum problema com a imigração, aliás achei incrível porque a jovem senhorita que me atendia falou algo em Inglês que não entendendo somente sorri largamente e falei: Sorry, I don't speak English! E mostrei pra ela essa frase no dicionário. A jovem senhorita sorriu balançou a cabeça e carimbou meu passaporte e falou algo que acredito fosse seja bem-vindo.

Entrei na Austrália, isso agora era oficial! Enquanto pegava minhas malas já pensava com alegria em logo após cruzar aqueles portões que reveria o amigo Nilton que foi uma pessoa que me ajudou muito me recebendo em sua casa quando cheguei aqui, e com um largo sorriso atravessei tais portões, mantive o largo sorriso por alguns instantes olhando para um lado e para o outro e uma vez que não vi o amigo Nilton o sorriso acabou e a preocupação tomou conta! Pensei que o sacana estava se escondendo e daria um pulo em cima de mim me surpreendendo! Hum errado, eu fui surpreendido depois de notar que somente eu havia ficado pra trás e que todos já havia deixado aquela área.

Fiquei ali esperando pacientemente e depois de um bom tempo vendo que ele não viria, troquei US$10,00 dólares por moedas então a pesada mochila agora mais pesada ficava com aquele saquinho plástico cheio de moedas! Marinheiro de primeira viagem só leva caldo, né? Tentei falar com o Nilton porém o mesmo não estava em casa então liguei para uma família maravilhosa que nos acolheu aqui e nos deu muito apoio, falei com Nicky, que me ouvindo e não falando o Português direito chamou sua Mãe Dna ?Rosa, uma linda e maravilhosa mulher de um imenso coração natural de Moçambique.

Dna. Rosa ficou surpreendida quando falou comigo pois todos erraram com as datas e me esperavam uma semana depois desta data que falava com ela!

Dna Rosa então me sugeriu pegar um ônibus e ir para a cidade algo que fiz, e uma vez na cidade liguei novamente onde ela novamente me ajudou me indicando pegar o trem que iria me trazer a estação de Dandenong onde ela me buscaria; Dandenong foi a minha primeira morada aqui na Austrália e lugar onde até hoje de vez em quando retorno, pois este lugar tem um valor sentimental muito grande pra mim! Ali foi o lugar onde tudo realmente começou e quando volto lá, paro o carro ou a moto do outro lado da rua e voltando naquele passado eu consigo ver aquele jovem rapaz que ficava sentado todas as tardes após chegar do trabalho a frente do prédio esperando o carteiro para ver se tinha cartas chegando do Brasil.

Minhas primeiras semanas e meses foram agradáveis, minha facilidade de lidar com as pessoas muito me ajuda e quando fui apresentado ao Phillip, esposo de Dna Rosa, nos tonamos bons amigos desde este primeiro encontro onde o mesmo sendo dono de uma empresa de cleaning me convidou para trabalhar naquela mesma primeira noite aqui na Austrália, exausto pela longa viagem mas também muito grato por já trabalhar no primeiro dia.

Muitas coisas aconteceram depois destes primeiros meses, nossa vida é como uma montanha-russa onde quando estamos no topo surpreendentemente e muito rapidamente podemos vir ao chão e eu conheci este lado da vida onde levei muitos tombos, porém algo dentro de mim não deixava que eu ficasse no chão me lamentando e por essa razão eu enxugava as constantes lágrimas geradas pelas saudades de casa, família, cultura e Pátria, e com a cabeça erguida me olhava no espelho tentando me encorajar falava que seria impossível que meu amanhã viesse a ser pior que aquele hoje.

Durante meus dois primeiros anos foi dois anos de sofrimentos, fui morar em um trailer a beira da praia onde eu conseguia ver as estrelas e o luar porque os buracos no teto do mesmo trailer me dava acesso a tal visão e no invés de reclamar eu falava a mim mesmo: Edson não reclame, quantas pessoas tem o prazer de ver tal lindo céu deitado a sua cama! A mesma tinha somente fino cobertor e nas constantes noites frias de inverno eu vestia todas as roupas possíveis ao ponto de ter dificuldades de me mover mas assim fazia para me aquecer e me enrolando no fino cobertor pegava o também fino colchão e me envolvia com o mesmo! Muitas foram as noites acordadas desejando que o sol viesse me abraçar e me aquecer terminando tal dolorida noite, muitas foram outras noites onde fazia uma fogueira fora do trailer e ali ficava confortavelmente me aquecendo.

Um algo bem mais dolorido do que estes eventos e as dores que a fome traumaticamente me fazia sentir, era a dor de raramente ter notícias de casa, e mesmo que eu religiosamente viesse a escrever sempre um grande número de cartas onde as mesmas nunca tinham menos que sete páginas, poucas eram as respostas que recebia; Cheguei em um ponto de desespero onde para melhorar a minha afetada psicologia pegava cartas recebidas no passado e colocando-as em novos envelopes endereçava-as as mesmas a minha pessoa e ia no correio e as postava pra mim, pois a sensação de receber tal carta me enchia o coração de alegrias! Isso eu fazia fingindo que tal carta nunca fosse a mesma que eu havia postado para mim mesmo.

Sou imensamente grato a uma pessoa, esta é para mim uma Mãe espiritual a Linda Ruiva Senhorita Míriam Sebba, este ser incrivelmente bela espiritualizada de muita luz muito me ajudou pois a mesma nunca deixou de me escrever cartas, mandar recortes de jornais e me presentear com livros espirituais que tanto me ajudavam em momentos de extrema dificuldades! Tia Míriam sem saber, é a pessoa que na realidade devo o sucesso que atingi pois ela sem saber me removeu de um profundo buraco onde depressivo e sem visão futura de melhorias lamentava, você as vezes fraqueja e essa era uma destas vezes! Tia Míriam minha linda e querida Ruiva fatal do planalto central me mandou um livreto onde neste existia uma passagem grifada por ela que dizia:

Deus criou as quedas d'água para
nos mostrar quanta força extraímos
de nossas próprias quedas!

Após ler essa mensagem enxuguei as lágrimas e decidi nunca mais lamentar pelos meus sofrimentos e decidi daquele ponto então procurar o meu progresso e trabalhar também para o mesmo! A mensagem no livro que a mim fora mandado como um presente foi o que me tirou do profundo buraco me fazendo entender que não era culpa de ninguém os sofrimentos que passava, sim algumas atitudes e ações poderiam ser feitas para amenizar muitas das dores que sofri, porém e da mesma forma ninguém deveria ser julgado culpado por mim pois o meu sofrimento era pura e exclusivamente uma escolha minha e este sofrimento era também necessário para o meu progresso pessoal.

Eu tive a felicidade de sofrer,
porque é através do sofrimento
que descobrimos nossa coragem”
De: Edo

Obrigado Tia Míriam essa nota de hoje é dedicada a senhora, a senhora sem saber é responsável pelo meu sucesso e sei que a senhora também sempre acreditou que eu conseguiria chegar onde cheguei e isso é sem sombra de duvida por causa de sua ajuda e eu sou eternamente grato por tudo, pois o meu sucesso foi alcançado porque a senhora colocou em minhas mãos algo que me fez acreditar que eu tenho a capacidade de realizar qualquer sonho.

Obrigado por tudo Tia Míriam.

Nesta nota irei deixá-los com algo para refletir e isso é:


O Otimismo é a
base da coragem”

Dhanyabad timi pheri bhetaunia.


Edo

1 comment:

Boa sorte e Sucesso! said...

Meu grande tio Edson,
O que posso falar desta pessoa que sempre surpreende a cada palavra dita, a cada atitude tomada e o otimismo que emana a cada sorriso.
Não sei se tenho “Patente” à altura para dar dicas ou algo do gênero, afinal muita coisa aprendi com você. Mesmo assim arriscarei uma: - Para grandes conquistas precisamos apenas de um pequeno passo para que elas se iniciem. Tenho certeza que essa aventura será muito mais que uma conquista e sim uma realização jamais experimentada.
Desejo tudo o que há de melhor para você meu grande tio e amigo. Essa vai ser mais uma daquelas aventuras que quando acabar vamos conversar e não ver o tempo passar rss.
Abraços!